Publicado por: lucianonanzer | domingo, 13 dezembro 2009 - 4:26 PM

Reflexão Bíblica – Padre Paulo Mazzi

Segue abaixo uma reflexão bíblica sobre a liturgia deste domingo que recebi do amigo Flávio da Louseg Seguros.

O interessante são as respostas ao que devemos fazer, leiam.

REFLEXÃO DAS LEITURAS DESTE DOMINGO – Sf. 3, 14-18ª; Fl. 4,4-7; Lc. 3, 10-18

O 3º. Domingo do advento é chamado de “domingo da alegria”. É o domingo em que olhamos para a proximidade do Natal movidos por essas Palavras: “Alegrai-vos sempre no Senhor!… Alegrai-vos!… O Senhor está próximo!” (Fl 4,4-5). Qual foi a última vez que você sentiu alegria? O que, exatamente, na vida faz você se sentir alegre? Aonde existe alegria em nosso mundo?

Se você olhar para os cartazes, os outdoors e as imagens vai perceber que toda publicidade, toda propaganda, procura vender determinado produto estampando o rosto de pessoas alegres. É uma forma de nos convencer de que a nossa alegria depende da aquisição daquele produto. Por outro lado, mesmo vivendo numa sociedade consumista como a nossa, o que nós vemos no rosto das pessoas não é a alegria, mas a preocupação, a tensão, a irritação, o mau humor; em outros casos, a tristeza, a angústia, a depressão.

Onde está a alegria? Aonde as pessoas costumam buscar alegria? Por que será que muitas pessoas só conseguem ficar alegres quando bebem ou quando estão sob o efeito de alguma droga? A alegria é realmente isso, uma máscara que você usa para disfarçar a tristeza e o vazio que sente, ou é algo que verdadeiramente brota dentro de você sempre que você está em sintonia com a sua verdade?

Talvez alguns se perguntem, diante dos textos que ouvimos hoje: “Com que direito Deus fala de alegria? Ele não vê a quantidade de problemas que aflige a humanidade atualmente? Ele não vê o que se passa no Afeganistão ou no Iraque, onde as pessoas têm como pão de cada dia os atentados suicidas? Ele não vê a fome na África? Ele não vê a violência nas nossas cidades? Ele não vê a quantidade de pessoas que estão doentes? Ele não vê a injustiça social que faz pessoas sofrerem no mundo inteiro?”.

A alegria anunciada pelo profeta Sofonias não é uma alegria alienante, conseguida à custa de tirar as pessoas do contato com a realidade, mas uma alegria nascida da fé de quem enxerga nos acontecimentos a presença escondida de Deus: “Cante de alegria!… Alegre-se e exulte de todo o coração!… Não tenha medo… Não se deixe levar pelo desânimo!… O Senhor, teu Deus, está no meio de ti!” (Sf 3,14-17). Assim, se muitas coisas nos inquietam, nos angustiam, devemos seguir o conselho do apóstolo Paulo: apresentar as nossas necessidades a Deus, por meio da oração. Isso significa proclamar que os acontecimentos da nossa vida e do nosso mundo podem ter um outro desfecho, quando colocados nas mãos de Deus. Quando fazemos isso, podemos experimentar a Sua paz e a Sua alegria (cf. Fl 4,4-7).

O que devemos fazer, então? Somente orar? “Que devemos fazer?”. Essa foi a pergunta que as multidões fizeram a João Batista, quando queriam saber como se preparar para a chegada de Jesus Cristo. A resposta a essa pergunta está ligada ao contexto de vida de cada pessoa. Como as pessoas são diferentes, as respostas também o são. Por isso, a uns, João respondeu: “Partilhem o que vocês têm com os necessitados”; a outros: “Não prejudiquem ninguém, mas ajam honestamente”; a outros ainda: “Não abusem da autoridade de vocês: não subornem e não aceitem suborno”.

“Que devemos fazer?”. Se fossem os políticos que perguntassem isso, João diria: “Não se corrompam e não roubem o dinheiro público”; se fossem os diretores dos planos de saúde, diria: “Não paguem comissões aos médicos que não pedem exames aos pacientes”; se fossem os torcedores de futebol, diria: “Não sejam fanáticos, não usem de violência e saibam perder também”; se fossem os bispos, os padres católicos e os pastores evangélicos, diria: “Vivam com o salário real que recebem e não desviem dinheiro de suas igrejas; tenham uma vida mais sóbria, mais simples”; se fossem os pais modernos, diria: “‘Quem pariu Mateus que o embale’, ou seja, não deleguem à escola, à igreja ou à televisão e à internet a formação da consciência de seus filhos – não terceirizem a educação de seus filhos”; enfim, se fosse você, o que acha que João lhe diria?

“Que devemos fazer?”. João Batista termina sua fala dirigindo-se a todos e mencionando um batismo. Batizar significa mergulhar. O mergulho que João propõe não é na água, cujo banho acaba sendo externo, mas no fogo, cuja força purifica e transforma a partir de dentro. É um mergulho na pessoa de Jesus Cristo, cuja verdade penetra em nossa consciência e nos transforma a partir de dentro, nos ajudando a perceber o que em nós é trigo e o que é palha. Então, quando você se perguntar na sua oração a Deus, “que devo fazer?”, pergunte não só pelo que deve fazer para mergulhar mais fundo na pessoa de Jesus Cristo e no fogo do seu Espírito, mas também pelo que você deve fazer para que a alegria de Deus comece e a ser mais sentida na vida das pessoas, na vida do mundo ao seu redor.  

Tenha um bom domingo e uma boa semana!

Pe. Paulo C. Mazzi.


Respostas

  1. eu li
    recebi a mensagem e amei
    muito bom

  2. De fato os comentarios do evangelho do padre Paulo são otimos , recebe -os toda semana. Vale a pena ler, porque sempre tem uma mensagem para mim.

  3. Nossa,é impressionante como Pe. Paulo Mazzi, sabe explicar o evangelho.De uma maneira simples ele consegue fazer chegar ate mim (nós) a mensagem de Jesus.Que Deus o abençoe muito.

  4. Essas reflexões evangélicas são sempre benvindas, principalmente no momento de confraternização que vivemos em virtude das festas natalinas. Luciano, não pare por aí, brinde-nos mais vezes com essas publicações. Parabéns a tí e ao meu amigo Pe. Paulo Mazzi.


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